Friday, September 22, 2006

Como se cria um herói

Hoje na natação, resolvi chegar mais cedo, porque é o horário da natação infantil e sempre tem só uma ou duas crianças, então sobra uma raia só pra mim. Eu já tava quase no final de todos os exercícios, quando chegou uma criança que faria sua primeira aula. O professor tentando ganhar a confiança da aluna de três anos tentou desenvolver um diálogo:
-Oi, qual o teu nome?
A menina bem desconfiada nem levantou a cabeça e ainda a balançou negativamente. O professor tentou de novo:
-Dá a mãozinha aqui e vamos entrar na água!
Mas a empolgação do professor não foi contagiante, e ela repetiu a balançada de cabeça negativa. Nesse momento a mamãe entra em cena, instigando a filha a pegar na mão do professor e entrar na água com ele. Sucesso.
Eu continuei nos meus exercícios, enquanto o professor ficava com a menina em cima dum aparato que ele colocou no fundo da piscina especialmente para dar pé a ela. De vez em quando ele arriscava dar uma saída dali, mas logo voltava. Até que eu terminei tudo que eu tinha que fazer, e fiquei ali do lado deles, conversando e fazendo meus alongamentos.
Num dado momento, o professor resolveu arriscar mais, levou a menina pra longe do negócio onde dava pé, claro que sempre com cuidado, e fez ela ir se segurando numa barra que fica na lateral da piscina. Quando deu uns 7 ou 8 metros de distância perguntou pra ela se ela conseguia voltar sozinha. Ela confirmou na hora e foi indo se segurando na barra. Sem que ela visse, ele me pediu para que eu fosse a acompanhando, e ficou de longe falando com ela enquanto ela se afastava. Mas quando faltava bem pouquinho pra ela chegar no destino, as mãos escorregaram e ela se foi água a dentro. Automaticamente eu passei a raia e segurei a aluninha, que já se via desesperada. Virou e se grudou com tudo no meu pescoço. –Calma. Tudo bem – Disse a ela, tranqüilizando-a e já levando até onde dava pé.
Em seguida eu saí da piscina e assisti o resto da aulinha, enquanto fazia o resto dos meus alongamentos. Ao final da aula, o professor mais uma vez testa a confiança da menina, quando na despedida se abaixa e pede um beijinho na bochecha. Claro que a reação foi a mesma. – Nãn nã. – disse ela balançando a cabeça. Assim o professor lhe deu um beijo na testa e disse tchau. Mas antes de ir embora a mãe diz:
-Minha filha, não vai se despedir do amiguinho ali? (apontando pra mim).
No mesmo instante ela veio e além de um beijo me deu um abraço! Demonstrando toda a confiança na minha pessoa, que bravamente salvou ela! Hehehe enquanto o professor ficou a aula toda tentando... e nada.
Naquele momento me senti um herói! Veja só... algum encanto eu tenho! hehehe

5 comments:

Anonymous said...

Ai que amor!!!
Agora...cá pra nós,esse professor hein?!Acho que andou faltando nas aulas de adaptação ao meio líquido!!!
Beijo lindo!!!

Anonymous said...

Ah e deixando a modéstia de lado...lembrei dos meu ex-aluninhos que quando chegaram não colocavam o rosto na água e em 10 aulas finalizaram com virada do crawl e costas.

Rita Queiroz said...

Masssáá! É... parabéns, isso mostra que tu pode ser salva-vidas!

Anonymous said...

Ah...é mesmo Rita!Acho que essa história de ser salva-vidas já vem de longa data...Como é mesmo,Caco?Aquela história que tu salvou uma amiga na piscina e até foi fimado?

Ricardo Leitão said...

Beh..
shhhhhh
aguas passadas não afogam ninguém!
hehehehe
Beijos a todas